O futuro é planetário
Há seis bilhões de humanos na Terra
Mas cada vida sua vive nela solitária
Cada um a seus hábitos
cada um a suas certezas
E o amor é a pior das solidões
Quando o universo não me difere
Quando tenho vontade de nada fazer
Quando a vida me adormece como um sonífero
Eu invento a fórmula
Que é melhor que todas as pílulas
Mesmo se isto me dá o ar de uma sonâmbula
Eu da-da-da-danço na minha cabeça...
Eu da-da-da-danço na minha cabeça...
Eu da-da-da-danço na minha cabeça...
Que eu esteja em pé no metrô
Que eu esteja sentada no meu escritório
Todos os dias as mesmas palavras
Os mesmos gestos de robô
Há do quê tornar-se louco
E você pensa o quê disso?
Há verdadeiramente do que tornar-se louco
Mas eu, eu me enlouqueci
Eu da-da-da-danço na minha cabeça...
Eu da-da-da-danço na minha cabeça...
Eu da-da-da-danço na minha cabeça...
O que façamos ou digamos
De todo lugar nos capta
Nos espia, nos informatiza
A força do olhar
Eu começo a me perguntar
Se minha televisão não vai me engolir
Lá fora os néons se acendem
Tudo bem
Eu prefiro olhar a lua
Toda noite
Extendida nua na minha cama
No calor da noite
As sirenes da polícia
Uivam como os lobos
Eu queria como Alice
Cair num grande buraco
Eu da-da-da-danço na minha cabeça...
Eu da-da-da-danço na minha cabeça...
Eu da-da-da-danço na minha cabeça... .